Jornadas de Junho — O mês que o mundo despertou. Será?
Diferente do que costumamos dissertar sobre e trazer aqui, hoje vamos falar sobre as jornadas de junho de 2013. O que mudou após 10 anos?
Primeiramente, é importante lembrarmos de alguns acontecimentos. O movimento conhecido como “jornadas de junho” levou mais de um milhão de pessoas às ruas e se transformou em uma revolta generalizada. Inicialmente contra o aumento de tarifas de transporte, estendeu-se à corrupção, à falta de serviços públicos e ao excesso de gastos.
Na época, o país era presidido por Dilma Rousseff e, após semanas de protestos, parte das capitais — inclusive São Paulo, onde as manifestações começaram — anunciaram a redução das tarifas. Na sequência, Dilma Rousseff pronunciou-se prometendo um “pacto” com governadores e prefeitos para atender às demandas. Com isso, as tensões abrandaram-se, mas as jornadas de junho já haviam se solidificado.
A insatisfação popular com o governo cresceu significativamente nesse período, ocasionando no ano seguinte a “Operação Lava Jato”. Mesmo com toda a animosidade, Dilma Rousseff foi reeleita naquele mesmo ano (2014). Contudo, manifestantes foram às ruas pedindo seu impeachment e, com a maioria dos deputados federais votando favorável, os senadores decidiram por ele. Rousseff foi sucedida pelo vice-presidente Michel Temer, em 2016, permanecendo no cargo até 2018.
As Jornadas de Junho trouxeram evidentes transformações para o cenário político brasileiro, sendo responsáveis por uma eventual politização nas diversas esferas da vida; fato é que, para construir e melhorar um País, os atos ocorridos no ano de 2013 não poderiam ter sido banalizados e perdido o significado a longo prazo.
Com protestos sem um real sentido, contra tudo e todos, e se as pautas das reivindicações não forem sólidas e constantes, não haverá um resultado final favorável.
Dez anos se passaram depois das repercussões das jornadas de junho — e não foram dez dias ou meses, falamos em ANOS — e o cenário, infelizmente, encontra-se similar ao que tínhamos há uma década atrás.
Por fim, deixo aqui para reflexão, parte do trecho do livro “Brasil em crise: o legado das jornadas de junho”:
“Se a política não tem sentido a priori, depende de cada cidadão conferir-lhe sentidos na medida em que afirmem seus valores. Que mudanças esperamos? Que sociedade queremos? O que caracteriza um mundo melhor? Que política desejamos?”
Não estamos falando de opções partidárias, mas tão, e somente, do cenário atual do País.