Insegurança Jurídica no Brasil: Como Empresas Podem se Proteger?

A insegurança jurídica tem sido uma preocupação crescente no Brasil, especialmente após o recente impacto sobre os beneficiários do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

 

Em março, o teto de gastos do programa foi atingido, levando à sua suspensão ainda em 2025, apesar de sua previsão legal até 2027.

 

Essa decisão inesperada, somada a circunstâncias do setor tributário, reforça as preocupações sobre a estabilidade regulatória e pode impactar negativamente o ambiente de negócios no país.

O que é insegurança jurídica?

 

A insegurança jurídica ocorre quando há falta de previsibilidade e coerência nas leis, regulações e decisões judiciais. Ela surge da falta de harmonia entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, gerando incertezas para empresas e investidores.

 

Dessa forma, um ambiente de segurança jurídica ideal seria caracterizado por normas claras, estáveis e aplicadas de maneira uniforme. No entanto, quando mudanças são feitas de forma abrupta ou contrariam expectativas estabelecidas, empresas podem enfrentar riscos inesperados e dificuldades em seu planejamento financeiro e estratégico.

 

Quais os riscos da insegurança jurídica?

 

A revogação antecipada do Perse é apenas um exemplo do problema. Outro ponto de preocupação é a recorrência de casos de dupla incidência de tributos e honorários, criando um ambiente de constante incerteza fiscal.

 

Empresas podem ser surpreendidas por novas cobranças ou interpretações de regras tributárias, comprometendo sua sustentabilidade financeira e seus planos de expansão.

 

Como mitigar os impactos da insegurança jurídica?

 

Embora as empresas não possam evitar totalmente os impactos da insegurança jurídica, algumas estratégias ajudam a reduzir riscos e garantir maior previsibilidade. Confira as principais medidas preventivas:

 

  1. Planejamento tributário preventivo

 

O planejamento tributário permite identificar oportunidades legais para reduzir a carga tributária, garantindo que a empresa esteja preparada para mudanças fiscais. Ele também ajuda a calcular o impacto da perda de incentivos e a buscar alternativas viáveis para minimizar prejuízos.

 

  1. Comitês de gestão tributária

 

Manter um comitê especializado em monitoramento da legislação tributária pode ser uma estratégia eficaz. Esse comitê acompanha mudanças regulatórias, antecipa riscos e identifica formas legais de otimização tributária, garantindo uma gestão mais eficiente.

 

  1. Eficiência no pagamento de tributos

 

A correta apuração e o pagamento de tributos ajuda a empresa a evitar autuações fiscais e penalidades. Além disso, permite o aproveitamento de regimes especiais, recuperação de créditos tributários e eliminação de pagamentos indevidos.

 

  1. Fortalecimento do compliance e da governança

 

Empresas que investem em compliance tributário aumentam sua transparência e reduzem riscos reputacionais. Isso melhora o relacionamento com órgãos fiscais e garante maior segurança na aplicação de incentivos e benefícios fiscais.

 

Concluindo, a insegurança jurídica no Brasil pode representar um desafio para as empresas, especialmente diante de mudanças inesperadas na legislação tributária e na suspensão de incentivos.

 

No entanto, com um planejamento adequado, monitoramento contínuo da legislação e boas práticas de compliance, é possível minimizar riscos e garantir uma gestão tributária mais eficiente e estratégica.

 

Para isso, é necessário contar com especialistas tributários e empresariais, que poderão articular estratégias de prevenção de gastos, previsão de desafios tributários e como enfrentá-los com ajuda de mecanismos legais, disponíveis às empresas.