Evitando falências: Turnaround ganha destaque sobre recuperação judicial no Brasil.

Se você conhece alguém cuja empresa está em processo de recuperação judicial, pode ser que já tenha ouvido falar sobre o turnaround — uma estratégia já conhecida no meio empresarial, resgatada recentemente.

 

Cerca de 4,4% foi o aumento de pedidos de recuperação judicial, apenas no último trimestre de 2024, por empresas brasileiras. 

 

Com o número crescendo durante o último ano, culminando em recuperações judiciais numerosas, especialistas já consideram que estratégias alternativas sejam endossadas — conheça uma delas, portanto. 

 

O que é o Turnaround, ou “dar meia-volta”, nas empresas.

 

O nome Turnaround é, literalmente, dar meia-volta para as empresas que o aplicam, interrompendo um caminho que levaria ao fracasso financeiro. 

 

Porém, o conceito é mais representativo de planejamentos e estratégias internamente aplicáveis do que uma ferramenta a que se possa recorrer — como a recuperação judicial.

 

O Turnaround é um processo estruturado de reestruturação empresarial que visa reverter cenários críticos e colocar a organização de volta no caminho da lucratividade e da estabilidade. Ele é essencial para empresas que enfrentam dificuldades significativas, sejam elas causadas por crises financeiras, má gestão ou mudanças de mercado.

 

Esse conceito se destaca por oferecer não apenas soluções de curto prazo, mas uma visão de transformação profunda e sustentável para os negócios.

 

Quais os sinais de que é preciso um Turnaround?

 

A estratégia de Turnaround é aplicada como medida protetiva, ou seja, antes mesmo de chegar-se às vias de fato da recuperação judicial, é preciso rever certos aspectos da empresa para evitá-la.

 

Se você tem algum desses problemas abaixo, considere a estratégia para seu planejamento:

 

  • Declínio contínuo nas receitas: Quando as vendas caem de forma persistente.
  • Baixa rentabilidade: Margens de lucro reduzidas ou inexistentes.
  • Endividamento crescente: Dívidas que dificultam o fluxo de caixa.
  • Problemas operacionais: Ineficiências que afetam a entrega de produtos ou serviços.
  • Clima organizacional insatisfatório: Alta rotatividade ou desmotivação da equipe.

 

Outros problemas, frutos do contexto empresarial ou socioeconômico atual, também podem dificultar a estratégia da empresa e fazer o Turnaround atrativo, como:

 

  • Crises de Mercado Interno/Externo
  • Crises Políticas ou Sociais
  • Crises de Infraestrutura

 

É preciso unir sinais de um tipo com o outro, portanto, para justificar essa estratégia!

 

Colocando um Turnaround em funcionamento

 

O Turnaround não é um processo imediato. Ele envolve várias etapas interligadas que devem ser seguidas cuidadosamente:

 

1 — Diagnóstico

 

Nesta fase, é feita uma análise detalhada para entender a raiz dos problemas. O objetivo é identificar as causas reais da crise, sejam elas internas ou externas.

 

2 — Planejamento

 

Com base no diagnóstico, é criado um plano estratégico que define ações específicas para solucionar os problemas identificados. Esse plano inclui prazos, responsáveis e recursos necessários.

 

3 — Implementação

 

Aqui, as estratégias definidas começam a ser colocadas em prática. A comunicação clara com todos os stakeholders é essencial para garantir alinhamento e engajamento durante o processo.

 

4 — Monitoramento

 

A última etapa é o acompanhamento constante dos resultados. Ajustes no plano podem ser necessários para garantir que os objetivos sejam alcançados.

 

Uma estratégia que é capaz de trazer sucesso

 

Aplicar um Turnaround é um processo extenso e desafiador, mas que trará resultados inegáveis à empresa que procura evitar a recuperação judicial. 

 

Alguns dos desafios são representados por problemas comuns, mas que a empresa deve remediar por imediato, incluindo:

 

  • Reestruturação de dívidas

 

  • Redução de custos

 

  • Foco no core business

 

  • Melhoria da gestão de pessoas

 

É perceptível que cada um desses desafios pertence a um setor da empresa. Portanto, é crucial avaliar qual parte delas carece de mais atenção ou foco durante a avaliação.

 

Pense: “é preciso estruturar o futuro de acordo com a rentabilidade do produto lançado, ou do meu core business, ou de acordo com uma nova forma de gestão?” São perguntas como essas que ajudam a superar os desafios da aplicação do Turnaround.

 

Sobre outra perspectiva, há o fator da resistência interna, que pode desacelerar ou gerar obstáculos ao Turnaround.

 

  • Resistência à mudança: Funcionários e líderes podem resistir às novas práticas.
  • Recursos limitados: Faltam recursos financeiros para aplicar as mudanças necessárias.
  • Pressão por resultados rápidos: Expectativas irreais podem comprometer a execução do plano.

 

O Turnaround é mais do que uma simples correção de rumo. 

 

Ele representa uma transformação completa que pode resgatar a saúde financeira, operacional e cultural de uma empresa. 

 

Seja qual for o tamanho ou o setor da organização, agir de forma estratégica e orientada é essencial para garantir a sobrevivência e o crescimento no longo prazo.

 

Se sua empresa está enfrentando dificuldades, talvez seja a hora de considerar o Turnaround como uma solução viável e eficaz, contando sempre com a ajuda de assessores empresariais e advogados capacitados para auxiliar na aplicação.